Bother - Stone Sour
Não sei como hei-de algum dia explicar tudo isto, se é que irei encontrar entendimento em alguém, da mesma forma que eu entendo!
Sei perfeitamente que se apresentar por palavras os actos que temos vivido, facilmente me poderão chamar louco, ou quiçá, sonhador! E é exactamente esta última que melhor me define e que melhor define a minha atitude face a ti, em relação aos nossos sentimentos.
Lutar por ti, esperar por ti, já me tomou tanto tempo, mais do que qualquer outra coisa que eu me lembre de alguma vez ter feito.
E como anteriormente escrevi, alturas houve em que quase "adormeci", não conseguindo descortinar qualquer futuro, qualquer sonho. Momentos em que as forças me faltaram, em que me faltou a visão, em que pensei em agir precipitadamente e se assim tivesse sido, hoje não estaria garantidamente aqui, a teu lado, pacientemente aguardando por algo que ambos temos por certo, sendo a única incerteza o Quando.
Os meus músculos deixaram de reagir, adormecidos que estavam, a inércia a dominar-me completamente o corpo, a mente... falta de esperança, alguns diriam.
Mas sempre soube que dei o meu máximo por nós, pelo nosso futuro e ainda o dou, mesmo que muitas vezes assim não pareça. Mesmo quando aquela palavra não sai, mesmo quando aquele beijo tarda, mesmo quando o nosso olhar se desencontra, no fundo tu sabes que eu sei que nós sabemos que este sonho há muito que o deixou de o ser!
E o que nos tem mantido agarrados a este sonho, têm sido as promessas que ambos temos feito um ao outro, promessas do que poderá ser e do que virá a ser... um dia, pois de outra forma tudo isto terá sido em vão e não terá servido para nada o tempo que dedicámos um ao outro, o tempo que dedicámos a projectar o futuro, a sonhar uma realidade a dois, uma realidade que ambos desejamos desde o primeiro dia, desde o primeiro beijo, desde que nos olhámos nos olhos e lemos o que ambos calámos.
Acho que desta vez consegui realmente ver o mundo.
A vida é tão efémera, só cá estamos por tão pouco tempo que se não aproveitarmos o máximo que pudermos de que nos vale termos adoptado a vida?
Não importa o tempo que nos é dado, o que importa é o que fazemos com o tempo que temos. E para tal não basta deixar andar, há que deixar uma marca indelével da nossa passagem. Porque se pode ser anónimo e não deixar o nome nos livros de história, mas pode-se escrever a história no álbum de recordações de alguém. E quando finalmente a vida nos deixar sentir que deste lado algo de nós fica para a eternidade.
Diz-se que um homem só se consegue sentir realizado quando escreve um livro, planta uma árvore e concebe um filho. Será suficiente?
Quero deixar uma marca, bonita por sinal, no teu álbum de recordações! Quero ser recordado não pela perda, mas pelas acções que pratiquei. Não vou querer nunca lágrimas de tristeza, vou querer sorrisos de quem ao meu lado sentiu alguma felicidade (senão mesmo toda).
Diz-me que devo ficar junto de ti, a teu lado. Diz-me que podemos ter tudo!
Sigo este caminho porque é o que me acalma e tranquiliza, não o que é mais fácil. E se por vezes me "encolho" é por pura protecção, por temer que este sonho chegue ao fim, termine sem realização.
Diz-me que esta história ainda vai ter muitos capítulos, que esta novela não vai terminar infrutiferamente, que não foi em vão o esforço a que ambos nos dedicámos, porque eu não quero ir assim, cabisbaixo e temerário, não quero perder a esperança no futuro, quero continuar a dar ouvidos à criança dentro de mim e sonhar sem barreiras, deixar os sonhos dominarem a vida.
