quinta-feira, março 30, 2006

Fugir


É verdade!
Podemos tentar enganar-nos, podemos até mentir a nós próprios. Quem quiser pode tentar negar. Mas ambos sabemos a verdade, quem nos observa sabe a verdade.
É verdade, amamo-nos e ao nosso redor todos se apercebem deste amor.
Não há realmente ninguém como tu e como eu. E não há ninguém com um amor tão grande.
E sei que não estou só ao senti-lo e ao escrevê-lo, tal como não estás só a senti-lo e nunca estarías só ao escrevê-lo. Não estamos sós, temo-nos um ao outro, apesar do que poucos possam pensar e dizer.
Um amor como este só se vive uma única vez na vida.
E eu largaria tudo para fugir contigo, sim, eu fugiria contigo para onde só o nosso amor fosse importante e onde pudéssemos finalmente ser felizes.

Tenho-me apaixonado repetidas vezes por ti e cheguei à conclusão de que nunca me vou deixar de apaixonar. Há sempre algo em ti que me desperta uma nova paixão e que se sobrepõe à que eu já sinto. Em facto, vou viver constantemente apaixonado por ti.

Se apenas voltásses a passar aquela porta fechando-a atrás de ti e te deitásses a meu lado, no chão, iluminando a tua beleza com a luz das velas que ardem em círculo à nossa volta, eu sabería que nos amaríamos ao longo da noite.
E assim já teríamos fugido, já estaríamos a salvo, cultivando o nosso amor, dando largas à nossa paixão.

Este sonho com sabor a realidade está permanentemente no meu coração, da mesma forma que esta realidade com sabor a sonho o enche completamente.
E quando chega a hora de terminar o sonho e acordar, vejo-te a meu lado, adormecida, com um sorriso nos lábios, com a tua expressão cândida no rosto e eis que o sonho continua. Tocando suavemente o teu rosto com a minha mão, sinto o calor da tua pela e a doçura que dela emana. O teu sorriso abre-se mais um pouco e na penumbra, a espaços interrompida por um ou outro raio de Sol que insiste em violar este momento, não resisto, e tocando ao de leve nos teus lábios, beijo o teu sorriso, suavemente não te querendo acordar. Quando finalmente acordas e te anichas no meu peito o tempo pára, o ruído cala, a luz apaga-se e ali, naquele momento somos apenas nós e o nosso amor.

Quem me dera que este momento não chegasse ao fim.

2 comentários:

Anónimo disse...

uma escrita absolutamente absorvente!os meus parabéns por conseguires colocar no papel aquilo que te vai na alma, não é fácil!!!

Edward Mueller disse...

Agradeço a avaliação, francamente positiva, e espero poder contar com um/a leitor/a assíduo.

Às vezes basta sentir... o resto pode surgir naturalmente!

Um grande bem haja...

Edward Mueller